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21 lições para o Século XXI | Yuval Noah Harari 📖🧠🎓

Título: 21 Lições para o Século XXI
Autor Yuval Noah Harari
Género: Não FicçãoSociologia
Data de Lançamento: Agosto 2018
Editora: Elsinore
Páginas: 400
ISBN: 9789898864383

Classificação: 5/5

Terminado em Junho 2023

Wook: 21 Lições para o Século XXI
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“21 Lições para o Século 21” é um livro que abre um debate sobre vários desafios que, enquanto sociedade, teremos de trabalhar para resolver. Da tecnologia à política e da verdade à comunidade, vários dilemas são trazidos ao de cima com o objetivo de nos mostrar que a nossa maior arma para todos os desafios será sempre uma adaptação comum e global às mudanças.

“21 Lições para o Século 21” é um livro que abre um debate sobre vários desafios que, enquanto sociedade, teremos de trabalhar para resolver. Da tecnologia à política e da verdade à comunidade, vários dilemas são trazidos ao de cima com o objetivo de nos mostrar que a nossa maior arma para todos os desafios será sempre uma adaptação comum e global às mudanças. Um diálogo construtivo e aberto a todos cujo objetivo é uma sociedade mais justa mas sobretudo resiliente perante os maiores desafios do século.

Principais conclusões por tema e capítulo:

# Mudança Tecnológica

Capítulo 1: Desilusão

« O liberalismo conseguiu a paz e reconciliação porque prometeu a toda a gente uma fatia maior da tarde. E isso funcionou enquanto a tarte foi crescendo. Mas agora, o crescimento económico levanta outros problemas como a crise ecológica e a disruptção tecnológica que podem baralhar a situação.»

Apesar de tudo, o liberalismo gerou melhores resultados que as outras opeções mas terá de se adaptar.

Capítulo 2: Trabalho

Não adianta lutar contra o avanço da tecnologia, mas é preciso compreender que haverão alterações no mercado de trabalho: a falta de trabalho para os trabalhadores menos qualificados e a falta de mão de obra para tarefas relacionadas com competências tecnológicas emergentes.
Teremos de trabalhar em 3 frentes:

  1. O que fazer para evitar que alguns trabalhos sejam eliminados
  2. O que fazer para criar novos trabalhos suficientes
  3. O que fazer se, apesar dos nossos esforços, a perda de trabalhos for maior que a sua criação.

Para lidar com estas mudanças tecnológicas sem precedente, uma das principais necessidades é desenvolver um novo modelo económico e social. Um dos mais populares ultimamente tem sido o rendimento básico universal. Qualquer que seja a decisão irá gerar insatisfação porque a felicidade humana depende pouco de condições objetivas e muito de expectativas que, por sua vez, se adaptam às condições.

Capítulo 3: Liberdade

A democracia assenta na base do “livre arbítrio”. A verdade é que numa era em que a Netflix nos recomenda filmes e o Maps caminhos, o futuro da IA (Inteligênica Artifical) poderá decidir por nós onde estudar, trabalhar ou quem casar. A democracia e os mercados livres poderão estar em perigo. Não devemos ter medo que as IAs guiem as nossas decisões mas temos de ter consciência que somos influenciados e não totalmente livres e devemos tomar atenção à forma como as IAs são programadas e geridas.

Capítulo 4: Igualdade

A globalização uniu o mundo horizontalmente porque eliminou barreiras mas vai dividir a humanidade verticalmente: os que têm e os que não têm informação/dados. Como regular o domínio e posse dos dados vai ser um tópico importante que dividirá as sociedades, com supremacia para quem tiver este tipo de propriedades.

#Mudança Política

Capítulo 5: Comunidade

As comunidades online ajudaram a aproximar as pessoas mas as comunidades físicas continuam a ter uma profundidade que as virtuais não podem igualar:

« Se eu estiver doente o meu amigo do outro lado do mundo pode dizer-me palavras reconfortantes mas não pode trazer-me uma sopa »

A solidão é um problema crescente na sociedade moderna, e a construção de comunidades e relacionamentos significativos é fundamental para o bem-estar individual e coletivo.

Capítulo 6: Civilização

As pessoas preocupam-se mais com os seus inimigos do que com os seus parceiros de negócio e a guerra espalha ideias, tecnologias e pessoas muito mais eficientemente do que o comércio. A identidade é mais definida por conflitos e dilemas do que por concordância. Como é improvável que haja um grande confronto entre civilizações é importante trabalhar na cooperação global mesmo mantendo divisões culturais.

Capítulo 7: Nacionalismo

Os países mais prósperos e liberais como a Suécia, Alemanha ou Suíça são os mesmos países que demonstram um grande sentido de nacionalismo. Não há nada de errado a não ser que seja um extremo, como passar de « a minha nação é única » para « a minha nação é superior ». O aumento do nacionalismo torna difícil a gestão de temas globais como as alterações climáticas ou o desenvolvimento tecnológico. Globalizar a política é o próximo passo, depois de já termos uma economia, ecologia e ciências globais.

Capítulo 8: Religião

A religião continua a desempenhar um papel significativo na vida das pessoas, mesmo em sociedades cada vez mais seculares, e sua compreensão é essencial para promover a tolerância.
No entanto, as religiões oferecem poucas soluções para os grandes desafios do século e acabam por dificultar soluções comuns globais, ao promover uma divisão entre religiões.

Capítulo 9: Imigração

O racismo começa a perder peso e a surgir o culturismo. O racismo era baseado em condições biológicas e o culturismo em cultura. Para esclarecer, Yuval define a imigração como um acordo com três condições ou termos básicos:

  1. O país de acolhimento permite os imigrantes
  2. Em troca, os imigrantes devem abraçar pelo menos as normas e valores do país de acolhimento, mesmo que isso signifique renunciar a algumas das suas normas e valores que lhes são tradicionais
  3. Se os imigrantes assimilam estas normas em grau suficiente ao longo do tempo, tornam-se membros iguais e integrais do país de acolhimento.

Um dos problemas levantados tem a ver com assimilação da cultura. Os anti-imigrantes têm os requisitos muito altos e os pro-imigrantes têm-nos muito baixos.

#Desespero e Esperança

Capítulo 10: Terrorismo

O Terrorismo é baseado no medo mas o perigo que representa não é muito significativo. O seu maior objetivo é desequilibrar a balança política e o centro de poder, mas é pouco provável que tenha grandes mortes ou que gere guerras. O combate ao terrorismo deve incluir as 3 práticas seguintes:

  1. O governo deve garantir que suas ações contra as redes terroristas são relativamente secretas
  2. Os meios de comunicação devem ser forçados a evitar a partilha excessiva e “histérica” de conteúdo relacionado
  3. Todos nos devemos consciencializar que os atos terroristas são incomuns e pouco perigosos.

Capítulo 11: Guerra

Vivemos décadas de paz até aos dias de hoje. As futuras guerras (guerras modernas) terão mais a ver com tecnologias de informação, como dados de empresas e governos, do que com bens materiais.

Capítulo 12: Humildade

Alimentar a humildade pode evitar muitos problemas, devemos lembrar-nos que nem nós nem o nosso país são o centro do mundo.

“Humildade não é um dom. É uma escolha.”

Capítulo 13: Deus

Devemo deixar de usar o nome de Deus para preconceitos e divisões e relembrar-nos que não precisamos de ser religiosos para agirmos moralmente bem e com valores corretos.

Capítulo 14: Secularismo

À medida que a sociedade se torna mais secular, a construção de uma ética partilhada e universal torna-se um desafio importante para orientar a tomada de decisões coletivas.

#Verdade

Capítulo 15: Ignorância

É importante reconhecer a ignorância e que nenhuma verdade é absoluta, tentando perceber sempre o outro lado. Tudo isto aliado a um acesso a informações precisas e à capacidade de discernir entre factos e notícias falsas são habilidades cruciais para enfrentar os desafios da desinformação e da manipulação.

Capítulo 16: Justiça

A procura da justiça requer um sistema judicial que seja equitativo, transparente e acessível a todos, promovendo a confiança e a estabilidade social.

Capítulo 17: Pós verdade

A ficção une mais as pessoas do que as notícias e torna possível a cooperação humana em larga escala. Portanto, podemos começar a usar a ficção para levar a ciência real e correta às massas.

Por exemplo, « um bom filme de ficção científica pode valer muito mais do que um artigo científico. »

A compreensão do poder das narrativas na formação de opiniões e crenças é essencial para enfrentar os desafios da pós-verdade e promover um debate informado e saudável.

Capítulo 18: Ficção Científica

Yuval acredita que a pior falha da ficção científica é a confusão de inteligência com consciência. Ele não está preocupado com uma guerra entre robôs e humanos e acredita que pode haver conflito entre um pequeno conjunto de elites sobre-humanas, por causa da posse dessa tecnologia.

#Resiliência

Capítulo 19: Educação

A educação tem de saber ajustar-se à mudança e cultivar nas crianças e jovens um espírito de constante adaptação a situações que não são familiares. As escolas devem focar-se em ensinar competências como o pensamento crítico, comunicação, colaboração e criatividade.

Capítulo 20: Significado/sentido da vida

Assim que sofremos por uma história, é frequentemente suficiente para nos convencermos que a história é real. De acordo com Buda, há 3 realidades básicas no universo:

  1. Tudo está sempre a mudar
  2. Nada dura para sempre
  3. Nada nunca nos satisfaz.

O sofrimento vem da incapacidade de reconhecer esta realidade. O melhor que podemos fazer é construir o nosso próprio sentido da vida e identidade, sem tentar seguir um caminho já definido.

Capítulo 21: Meditação

A meditação tem como objetivo aprender a compreender a nossa mente. Não é para « escapar da realidade mas sim para entrar em contacto com ela» A meditação também é descrita como uma forma de compreender o futuro porque para tal, é preciso compreender a mente humana primeiro.

Notas finais:

  1. Os primeiros temas acabam por ser mais concretos e fáceis de digerir e conversar enquanto que os temas do fim são mais filosóficos e podem depender da nossa abertura para aprender e discutir.
  2. Não sei se concordo que possuir dados/informação possa ser suficiente para se ter uma vantagem em relação aos outros países/culturas, uma vez que é necessário aplicá-los/a da forma certa para gerar, de facto, vantagens.
  3. Acho que alguns capítulos poderiam ter sido melhor explorados como o do sentido de comunidade e o impacto das redes sociais e alterações do mercado de trabalho nas sociedades.
  4. Acho que o livro é suposto gerar discussão e, como nenhum de nós, o autor tem respostas para tudo. É um ponto de partida para futuras discussões e não uma meta em si. 

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