Título: Nudge – Como decidir melhor em questoes de saúde, riqueza e felicidade
Autores: Cass R. Sunstein e Richard H. Thaler
Género: Não Ficção, Gestão e Economia
Data de Lançamento: Fevereiro 2018
Editora: Lua de Papel
Páginas: 368
ISBN: 9789892341088
Classificação: 4/5
Terminado em Julho 2022
Wook: Nudge – Como decidir melhor em questões de saúde, riqueza e felicidade
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Um livro do Prémio Nobel de Economia Comportamental que nos fala das decisões que tomamos todos os dias: o que comer, como investir o nosso dinheiro ou a educação dos filhos. Muitas destas escolhas poderiam ser melhoradas se tivéssemos um “empurrãozinho” (nudge) na direção certa.
Na verdade, a forma como as escolhas nos são apresentadas nunca é neutra (a forma como os produtos estão expostos num supermercado não é aleatória e muito menos neutra) e estamos ainda suscetíveis aos nossos vieses que podem levar a más decisões. Esta forma como as coisas/opções nos são apresentadas é pensada por um arquiteto de decisões que tem a responsabilidade e capacidade de influenciar as nossas escolhas. E até as mais banais escolhas/ações podem ter grandes impactos na nossa vida.
Mais, em muitas decisões, há uma opção predefinida (default), que na verdade é o caminho mais fácil e com menos resistência e que, por isso, a maioria das pessoas escolhe. No entanto, a forma como se define esta opção predefinida pode ter enorme impacto. Por exemplo, em Portugal, somos todos, por predefinição, considerados potenciais dadores de órgãos (desde que não expressemos oposição à dádiva no Registo Nacional de Não Dadores) o que pode salvar muitas vidas. Noutros países, as pessoas até podem ter a mesma vontade de ser dadores mas há atrito para tomar a decisão uma vez que é necessária ação. Na prática, ter de tomar uma ação para deixar de ser dador é muito diferente do que ter de tomar uma ação para ser dador. Uma das minhas passagens favoritas do livro diz isso mesmo:
« Primeiro, nunca subestime o poder da inércia. Segundo, esse poder pode ser aproveitado. »
Dito tudo isto, os autores defendem um paternalismo libertário através do qual as pessoas devem ser livres de escolher as suas opções, que devem estar inseridas num sistema que torne a decisão mais fácil e melhor para quem escolhe. A dificuldade e pouca frequência de uma escolha são ótimos critérios para definir que escolhas devem ser feitas com ajuda de “empurrões”. Por exemplo, quando escolhemos e instalamos um software (escolha difícil para a maioria), dá jeito haver as configurações predefinidas, já que um comum mortal pode não saber configurar corretamente. Quanto à frequência, tomemos o exemplo de prescrições médicas: é mais fácil ter uma medicação que seja tomada diariamente do que dia sim dia não, pelo que os placebos são muitas vezes uma realidade na medicina.
De ressalvar que, caso estes empurrões sejam “mal feitos” pode gerar mais mal que bem.
Nota final: Alguns capítulos têm exemplos demasiado detalhados e a maioria do conteúdo exemplificativo refere-se e baseia-se na economia dos EUA (exemplo detalhado de planos de saúde).



