Título: Outliers – A história do sucesso
Autor: Malcom Gladwell
Género: Não Ficção, Gestão e Economia
Data de Lançamento: Novembro 2008
Editora: Dom Quixote
Páginas: 312
ISBN: 9789722037174
Classificação: 5/5
Terminado em Fevereiro 2022
Wook: Outliers – A história do sucesso
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Foi-nos vendida desde cedo a ideia de que as pessoas extraordinárias subiram do zero. Que entre características intrínsecas e muito trabalho está a fórmula para o sucesso. Adivinhem, não é bem assim.
- A vantagem (acumulada) de quem nasce no início do ano. Ter nascido no início do ano importa (no sistema atual) e leva a uma segregação desde cedo baseada em maturidade e não em habilidade que persiste com o tempo (efeito bola de neve) – basta pensar nos inúmeros processos de seleção para equipas desportivas.
- O sucesso é o acumular de muito trabalho: o trabalho supera o talento inato. E não estamos a falar apenas de mais treino, estamos a falar de muito muito mais treino: aparentemente dez mil horas é o número mágico. « Praticar não é o que se faz quando se é bom, é o que te torna bom. »
- O sentido de oportunidade. O sucesso é também o resultado de como as nossas capacidades se encaixam no contexto e mundo em que vivemos. O que parece uma adversidade pode-se tornar na oportunidade que precisamos. O nascer numa determinada geração, por exemplo, delimita as oportunidades que vamos ter (para o bem e para o mal).
- O problema do topo: Há um patamar a atingir para se poder ser “ótimo” em alguma coisa, mas para lá desse patamar nem sempre mais é melhor. Inteligência importa até um certo ponto, depois disso há outras competências que são tão ou mais importantes. O mesmo se pode aplicar para as alturas de um jogador de basquetebol, por exemplo.
- A herança cultural: a forma como as famílias com mais ou menos posses criam os seus filhos e os ideais que passam influenciam mais do que podemos imaginar. Porque ninguém chega lá sozinho. Mais, mesmo que as situações económicas e sociais se tenham alterado, por baixo da nossa personalidade há uma herança cultural e para Portugal: um dos países que mais confia em planos/regras e mais provável de seguir procedimentos, independentemente da circunstância.
- O peso da língua e educação: quem diria que a forma como dizemos os números pode mudar a forma como pensamos e desenvolvemos raciocínio matemático? Quem diria que o tipo de cultivo de uma região pode influenciar o calendário escolar atual? E quem diria que o calendário escolar pode influenciar não só os resultados mas a dicotomia dos resultados entre pobres e ricos?
Vivemos a achar que os casos isolados são fora do normal quando, na verdade, são consequência do “normal”: pela história, comunidade, oportunidade e legado. O sucesso não é “extraordinário”, é comum. E está assente em vantagens: umas merecidas, outras para as quais trabalhamos mas outras fora do nosso controlo que são apenas “sorte”.



